sábado, 18 de agosto de 2012



A ORIGEM DOS VILAR

          Com um "L" ou dois "LL", não há diferença. Vilar e Villar têm a mesma origem.


          O grande jornalista paraibano Assis Chateubriand, em suas andanças pela Europa, pesquisou as origens da família, cujas raízes estavam na Espanha. Cataluña foi a província onde se fixaram os primeiros grupos do clã, provenientes - segundo narrava o jornalista - das Arábias. A descendências se espalhou por outras áreas do território hispânico. Os Vilar tiveram assinalada participação na política e nas artes espanholas. O monumento da Sagrada Família, cartão postal de Barcelona, com suas imponentes e belíssimas torres, foi iniciado pelo arquiteto Francisco de Vilar, em 1882, embora o projeto tenha sido modificado depois pelo mestre modernista Antônio Gaudí. É um grande templo a céu aberto, com 12 torres monumentais, de 107 metros de altura, servidas por elevadores. Por terem perdido a hegemonia política na Espanha, nos idos de 1600, os Vilar foram se transladando para Portugal, aos poucos. Muitos se fixaram na fronteira entre os dois países, fundando a povoação Vilar Formoso, onde está o posto de vistoria de passageiros e cargas que por ali atravessam.

A ORIGEM DOS VILAR DA PARAÍBA


     Os Vilar da Paraíba descendem de Bento da Costa Vilar, nascido em Nossa Senhora do Vilar, da circunscrição de Lisboa. Ele chegou mais precisamente em Gramame, sítio nos arredores de Parahyba (hoje João Pessoa), na primeira metade do século XVIII (1730, aproximadamente). Ali morava desde o século XVII, o português Francisco Coelho Barreto. Esse lusitano tinha uma sobrinha e afilhada, Anna Francisca Coelho Barreto, nascida na Paraíba, que casou com o Português Manuel Rodrigues Piques.
     Do casamento de Manuel Rodrigues Piques com Anna Francisca Coelho Barreto, nasceu Thereza Joaquina de Andrade, com quem Bento da Costa Vilar casou, transferindo-se a seguir para o cariri de fora, precisamente para a Fazenda Boa Vista da Carnaúba (à margem do rio, a légua e meia da atual cidade de Taperoá, que na época era a fazenda Batalhão, que depois de muitos anos veio a transformar-se em Vila Batalhão (hoje Taperoá), da circunscrição de São João do Cariri.

O SURGIMENTO DOS VILAR DE CARVALHO

       Os Vilar de Carvalho surgiram com a descendência de Dâmaso Joaquim José de Carvalho, esposo de Mariana, filha de Bento da Costa Vilar. Dâmaso ou Sr.Dama, como era conhecido, era rico e poderoso; em 1807 recebeu a patente de capitão.
        As gerações imediatas não tinham opções para o casamento fora da família, daí resultando numerosos matrimônios de tios com sobrinhas, pois eram proibidas as uniões de suas filhas com mamelucos ou índios (moradores da região).

EXISTIRAM MUITOS BENTOS

        Com o pré-nome Bento, foram batizados nada menos que dez integrantes da família. As núpcias entre tios e sobrinhas proliferaram-se. As jovens da 2ª geração eram dadas em casamento aos tios.
        O primeiro a casar com sobrinha foi o segundo Bento da Costa, com Umbelina Áurea Guilhermina de Carvalho, filha de Dâmaso e Mariana-irmã de Bento que passou, que passou a ser também sua sogra.

OS DEUSDEDIT


        Foram também numerosos: Deusdedit Vilar de Carvalho (filho de Dâmaso e Mariana); Deusdedit Vilar de Araújo (pai do Dr. José Vilar de Carvalho), dentre outros.

OS VILAR DO PEREIRO E SEUS DESCENDENTES

        São descendentes de Dâmaso e Mariana. São seus filhos: Umbelina Áurea Guilhermina de Carvalho-casou-se com seu tio Bento da Costa Vilar (o segundo Bento); Francisco Félix Vilar de Carvalho-era médico-(casou-se com Benigna Vilar de Carvalho-sua sobrinha (filha do segundo Bento); Adeodato Vilar de Carvalho (casou-se com sua sobrinha Olímpia Josefina de Araújo, filha de seu irmão Irênio Vilar de Araújo-este, filho de José Antônio R. de Araújo e Inocência Mª da Conceição) fundador da Fazenda Campo Verde. Este foi o primeiro dos vários Adeodatos que existiram. O segundo Adeodato, filho do português José Atônio Rodrigues de Araújo e de Inocência Maria do Espírito Santo (filha do primeiro Bento). Era chamado de Tio Daia ou Tindaia. Ainda há na Volta resquícios da casa que a ele pertenceu. O terceiro Adeodato, filho de Jocelino (foi prefeito de Taperoá); O quarto Adeodato, era conhecido como Paizinho do Campo Verde; O quinto e último, desse período, foi Adeodato Minervino Vilar (Datinho). Este, ocupou a Prefeitura Municipal de Taperoá, de 1950 a 1954. Outros filhos de Dâmaso e Mariana: Bento Vilar de Carvalho, casou-se com Ana Senhorinha de Carvalho (do Ceará); Sulpino Vilar de Carvalho,casou-se com Ubelina Thereza Torres; Galdino Vilar de Carvalho, com Balduína Vilar de Araújo, estes, pais de Idalina Vilar de Carvalho, esposa de Umbelino Vilar de Araújo; Deusdedit Vilar de Carvalho, casou-se com Thereza Vilar de Araújo; Amanda Vilar de Carvalho, casou-se com Cândido Antônio Barreto (do Ceará); Theodulina Vilar de Carvalho, casou-se com Irênio Vilar de Araújo.

OS VILAR DA VOLTA E SEUS DESCENDENTES

        São descendentes do português José Antônio Rodrigues de Araújo e Inocência Maria da Conceição. Seus filhos: Irênio vilar de Araújo, casado com Theodulina Vilar de Carvalho; Belarmino, casado com Eudócia (filha do segundo Bento); Umbelino, casado com Idalina Vilar de Araújo, sua sobrinha ( filha de Galdino e Balduína); Adeodato, casado com a sobrinha, Olímpia (filha de Irênio); Jesuíno (Juéca), também casado com a sobrinha Dulcelina Josefina de Araújo, filha de Irênio; Argemiro, casado com outra filha de Irênio (Inocência); Balduína, casada com o primo Galdino; Balbina, casada com Adeodato; Thereza, com Deusdedit Vilar de Carvalho; Glicéria, com o mesmo Deusdedit, logo que ficou viúvo; Adelmana, com José Lopes, do Piancó e Zorobabel.

ZOROBABEL - UM VILAR VIOLENTO


        Foi o único filho de José Antônio R. de Araújo e Inocência, que não recebeu o sobrenome Vilar. Ele não ficou na Fazenda Volta, como seus irmãos; tornou-se proprietário de glebas de terras, desde Jatobá da Serra até as cercanias de Desterro e Passagem. Destemido e disposto, era amigo do Dr. Manuel Dantas de Teixeira, que o escolheu para delegado do município, durante algum tempo. Juntou-se a uma mestiça, Benedita, que já tinha uma filha com o nome de Anduzina. Dessa mancebia, nasceram sete filhos, de nomes exóticos: Adezisto, Sisoste, Efúzio, Erundina, Ambrósia, Dulcina e Dazinha. Todos mulatos.
        Um certo Antônio Alberto, devia a Zorobabel e, ainda vivia tentando matá-lo, chegando a alvejá-lo em duas ocasiões, sem sucesso. Enfim, no dia 26/11/1899, no sítio Juá, próximo a cidade de Passagem, ele conseguiu, pois atirou primeiro no cavalo, e em seguida, em Zorobabel, depois ainda o esfaqueou.
        Os filhos de Zorobabel puxavam ao pai, também eram muito violentos; Adezisto, o pior deles, localizou Antônio nas serras entre Cacimbas e Passagem. Assim, quando a polícia, mandada pelo Dr Dantas, chegou, Adezisto e seu sobrinho Benedito, já tinham acabado com o assassino de seu pai.
        Coincidentemente, estava Dorgival Vilar de Carvalho, sobrinho de Zorobabel e proprietário da Fazenda São Francisco (hoje, no município de Cacimba de Areia), na Vila de Patos onde assistiu a chegada dos restos mortais de Antônio Alberto. A referida fazenda coube ao filho Zacarias Vilar (Zeca), pai dos médicos Martinho e Maristela Costa Vilar, e do agrônomo Magno Costa Vilar.
        Os Vilar são calmos; outro Zorobabel e outro Adezisto, não apareceram; embora, Homero Torres Vilar, filho do Coronel Sulpício, tenha sido violento.
          O português José Antônio Rodrigues de Araújo, era bravo e, foi não foi, esquentava o couro de seus trabalhadores. Isto foi transmido ao seu filho Zorobabel e ao seu neto Adezisto.

O ASSASSINATO DO CORONEL JUÉCA


         Outro Vilar assassinado foi Jesuíno Vilar de Araújo (irmão de Zorobabel), conhecido como Juéca, fazendeiro, dono de propriedades entre Taperoá e Desterro. Era casado com Dulcelina Josefina de Araújo (Dona Dudu. Juéca foi assassinado a 10 de maio de 1894, por um malfeitor, seu afilhado, quando retornava, a cavalo, de uma de suas fazendas. Ele o matou a tiros, para roubar, mas ele não estava com dinheiro. Foi preso em Malta, por homens dos Dantas, e trazido para Teixeira, onde morreu na cadeia, antes de cumprir a pena.
           O assassinato do coronel Juéca foi lamentado por muito tempo, pois era considerado um homem bom, pacato e solidário.
             Entre Tataíra e Desterro, à margem da estrada, há um monumento no local que ele foi morto. Dona Dudu, sua esposa, guardou enquanto viveu, o paletó que ele vestia, quando foi assassinado, com as perfurações a bala. Ele e Dona Dudu não tinham filhos.

OS BARRETO VILAR

          Sugiram no ceará. Uma filha de Dâmaso e Mariana, Amanda Vilar de Carvalho, casou-se com Cândido Antônio Barreto, de Iguatu (Ceará); para lá emigrou um irmão de Amanda, Bento Vilar de Carvalho que casou-se com Ana Senhorinha Vilar de Carvalho (viúva). 
           Bento fez política no Ceará, foi deputado e, morreu aos 66 anos de idade. Ele e Senhorinha não tinham filhos.
           MARIA BARRETO VILAR, filha do Ten. Avelino da Costa Vilar, que era filho do segundo Bento da Costa Vilar, este, casado com Umbelina Áurea Guilhermina de Carvalho (sua sobrinha, filha de Dâmaso e Mariana), era casada com CEZINANDO VILAR DE CARVALHO (CANDU), pai de DEUSDEDIT BARRETO DE CARVALHO, ABEL E CÉZAR, moradores do sítio Paus Branco, município de Livramento.

OS TORRES VILAR

          São descendentes do casal Sulpino Vilar de Carvalho (filho de Dâmaso e Mariana) e Umbelina Thereza Torres (filha do português João Martins Torres Brasil, o segundo, que em 1814 arrematou metade da fazenda Batalhão).
            Descendem desse casal os numerosos Torres Vilar; um deles, o coronel Sulpício Torres Vilar, batizado em 18 de outubro de 1843, na capela da Carnaúba, pelo padre Paulino. Dono da fazenda Juá, foi deputado provincial de 1888 a 1889. Casou-se com Leonila Maria das Neves Viana, de Jardim do Seridó (RN). Dos seu filhos, um Homero Torres Vilar, que morreu jovem com um derrame interno, provocado por um coice de cavalo; outro, foi Clodoveu Torres Vilar, que casou com a Cabaceirense Agda Batista Gomes. Também filho de Sulpino, Joaquim Maria Torres Vilar (Seu Quina), casado com Hermana Sensata Torres, sua sobrinha, filha de Belino da Costa Vilar e de Sensata Torres.
          Os Quina, como eram conhecidos os filhos de Joaquim Maria Torres e Hermana Sensata Torres, concentraram-se no sítio Bonito. São eles: os cegos, desde o nascimento, de prodigiosa memória, Sulpício, Sulpino (2º) e Nestor Torres Vilar, que guardavam a genealogia de toda a família. Tinham mais dois irmãos, Jaime, que cegou quando adulto, e Clotaro.